Lola Santos, mulher trans, é encontrada morta em seu apartamento.

Depois de quatro dias, os vizinhos perceberam que havia algo de estranho no apartamento de Lola Santos na Vila Cléo, em Mogi das Cruzes. Chamaram a polícia.  Lola, 51 anos, foi encontrada morta, assassinada de forma violenta.  Foi no dia 28/8, sábado passado. No domingo, na presença de familiares e de amigos, foi enterrada no cemitério da Saudade em Braz Cubas.

A vereadora Inês Paz, a presidenta do Fórum Mogiano LGBT Regina Tavares e a ativista dos Direitos Humanos @AlexandraBraga participaram do féretro para prestar solidariedade e respeito.

Lola era uma lutadora das causas das mulheres trans e de toda a população LGBTQIA+.

Vejamos o que apontam alguns estudos sobre a violência contra homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.  Em 2017, o Relatório de Mortes Violentas de LGBT, elaborado pelo Grupo Gay da Bahia registrou o recorde de mortes no país, com 445 ocorrências.  No ano seguinte, houve 420, e em 2019 foram 329 mortes violentas, segundo o mesmo documento. O levantamento alerta que, a cada 26 horas, uma pessoa morre vítima de homicídio ou suicídio motivada pela discriminação sexual, o que faz do Brasil o campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais.

Em Mogi das Cruzes, não é diferente do Brasil, onde a população LGBT, principalmente a população Trans, sofre com a violência. Até hoje não teve fim a angústia da família de Nataly Lily, mulher trans, negra, da periferia que desde 12 de dezembro de 2020 está desaparecida, e os criminosos impunes.

É um absurdo que pessoas trans tenham que sofrer ameaças, preconceito,  violências e assassinatos  por, simplesmente, serem elas mesmas. Lola é mais um exemplo de como a vidas trans são banalizadas e sua dignidade não é respeitada pela sociedade.