PSOL de Mogi aprova resolução recomendando o partido a participar do governo Lula

No dia 11 de dezembro de 2022, em sua sede, o Diretório Municipal do PSOL de Mogi das Cruzes se reuniu para discutir e deliberar sobre a participação do partido no governo Lula e sobre consulta direta às filiadas e aos filiados do partido sobre esse tema.

Seguem as duas resoluções aprovadas:

A. PSOL com Lula para reconstruir o Brasil

  1. O Brasil foi devastado após seis anos de governo Temer/Bolsonaro. As reformas trabalhistas, previdenciária, o teto de gastos, a autonomia do Banco Central e o fim do modelo de partilha na Petrobras representam um choque de neoliberalismo na economia. A retomada das privatizações, o desmonte das políticas de proteção ao meio ambiente, a proliferação de clubes de tiro e os CACs, além dos sucessivos cortes no orçamento desarmaram o Estado para enfrentar as demandas mais urgentes do nosso povo. O resultado é o aumento da fome, da pobreza extrema, da informalidade e a volta de doenças que já haviam sido erradicadas.
  2. A eleição de Lula representa uma vitória para o povo brasileiro e demonstra o acerto da unidade das forças democráticas e de esquerda em nosso país.
  3. O Brasil seguirá dividido no próximo período. Apesar da derrota de Bolsonaro, a extrema direita alcançou resultados eleitorais expressivos, com raízes em amplos setores populares e segue mobilizada contra qualquer iniciativa que represente avanços das pautas sociais e democráticas. O governo Lula enfrentará uma oposição de extrema direita violenta, antidemocrática e de forte caráter golpista. A tática do bolsonarismo será, como mostra a extrema-direita nos EUA, apostar na desestabilização do governo, na incitação da violência, no terrorismo doméstico e na insubordinação das Forças Armadas.
  4. A polarização com as forças de extrema direita torna incoerente qualquer proposta de “independência”. Tal postura levaria nosso partido a perder o espaço social conquistado e diminuiria a nossa capacidade de influenciar, pela esquerda, o governo Lula. Optar pela autoafirmação nos levará ao isolamento perante milhares e ativistas que apostam no sucesso do governo e no enfraquecimento do conservadorismo.
  5. A linha política adotada pelo PSOL é a principal responsável pela política vitoriosa e pelos diversos acertos partidários nos últimos anos: não alimentamos ilusões em relação à Operação Lava Jato, defendemos o mandato de Dilma Rousseff contra o golpe parlamentar, abrimos o partido para lideranças vindas do MTST e APIB, tornamos viável a candidatura de Boulos em SP em 2020 e o apoio à candidatura de Lula desde o primeiro turno.
  6. O PSOL, definitivamente, mudou. E mudou para melhor! A tática do PSOL de aposta na unidade foi corretíssima. Ela permitiu que o partido se conectasse a milhões de pessoas que buscavam uma renovação das ideias e posições de esquerda. Os resultados vieram com a ampliação da bancada e a projeção de novas lideranças nacionais e regionais.
  7. Tática do PSOL para o próximo período:
  8. Contribuir na mobilização permanente dos movimentos sociais em defesa de pautas, econômicas, ambientais, sociais e política, disputando pela esquerda o governo Lula e na denúncia dos crimes cometidos por Bolsonaro e seu governo.
  9. Participar do governo Lula para a reconstrução do Brasil e para o diálogo com amplos setores da população, ajudando a implementar a pauta de campanha e a isolar o fascismo. Isso não impede nossa crítica ao governo e mesmo nossa retirada, caso necessário.
  10. No Congresso Nacional, a bancada do PSOL deve ser base de apoio do governo Lula na defesa da unidade em torno do programa eleito nas urnas.

 Mogi das Cruzes, 11 de dezembro de 2022.

 

B. O PSOL deve convocar  consulta direta às filiados e aos filiados do PSOL

  1. Logo após o resultado da vitória de Lula no segundo turno, o nosso partido iniciou uma discussão sobre a justeza, ou não, de compor o governo Lula e de ser base, ou não, do governo no Parlamento.
  2. Três posições se apresentaram:
  3. Participar do governo Lula e ser base de apoio do governo no Parlamento.
  4. Não Participar do governo Lula e não ser base do governo no Parlamento.
  5. Não participar do governo Lula e ser base do governo no Parlamento.
  6. No dia 6 de novembro, o Diretório Municipal de Mogi realizou uma Plenária de filiadas/os para avaliar o resultado do segundo turno, quando também se discutiu sobre a participação ou não do PSOL no governo Lula. A maioria dos presentes foi favorável à participação do PSOL no governo Lula e de ser base de apoio do governo no Parlamento.
  7. No dia 17 de dezembro, o Diretório Nacional se reúne para delibera sobre o assunto.
  8. Dada a importância do assunto e de sua repercussão entre as/os filiadas/os, na sociedade e nas redes sociais, o Diretório Municipal do PSOL de Mogi das Cruzes, reunido no dia 11 de dezembro de 2022, às 16h, em sua sede, indica para o Diretório Nacional a realização de uma consulta direta, via Internet às filiadas e aos filiados sobre a participação ou não do PSOL no governo do Lula.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              Mogi das Cruzes, 11 de dezembro de 2022.