Trajetória

Inês Paz nasceu em Jundiapeba. Seus pais, Terezinha Batista Paz e José Menino Paz, eram de origem camponesa. O seu Zeca, como era conhecido o seu pai, depois do trabalho na roça, foi ajudante de pedreiro e ajudante na manutenção dos trilhos da estrada de ferro. Completou os estudos primários já como adulto e conseguiu entrar na Central do Brasil, onde trabalhou até se aposentar. A mãe, dona Terezinha, cuidou da criação de nove filhos.

Inês Paz, desde pequenina, já sentiu na pele o sofrimento das injustiças sociais. Com seus pais, foi aprendendo o valor da solidariedade e a necessidade de lutar pela sobrevivência.

Os estudos primários e secundários, ela os fez na escola pública. Começou a trabalhar logo cedo para ajudar em casa e para pagar a faculdade. Formou-se em história e foi professora durante 40 anos.

Sua visão de mundo ampliou-se quando, na adolescência, sob a orientação do Frei Crisóstomo, conhecido como “Frei Fofo”, Inês Paz participou do grupo de Jovens Estudantes Idealistas – MEI e aprendeu que o governo da época prendia, torturava e matava quem era de oposição. Da luta contra a pobreza, Inês percebia, então, que era preciso também lutar pela liberdade.

Na década de 70, através da organização clandestina MEP – Movimento pela Emancipação do Proletariado, Inês Paz inicia a luta contra a ditadura, quando defender a democracia era colocar a vida em risco. Na faculdade, ajudou na organização dos alunos e professores em defesa dos direitos civis e dos direitos trabalhistas.

Nos anos 80, Inês Paz, junto com seu irmão Tarcísio (in memoriam), atuou em São José dos Campos, organizando as oposições sindicais e as comissões de fábrica e organizando cursos de formação sindical e política com as mulheres dos operários fabris.

Depois, no ABC, lutou contra a carestia e participou das “Diretas Já!”. Ajudou a construir a CUT e o PT. Presta concurso e se efetiva como professora na Escola púbica em São Bernardo do Campo. Inicia a sua vida sindical, colaborando para tirar a Apeoesp das mãos dos pelegos em 1978.

Diante da crise econômica, em 1988, Inês Paz volta para Mogi e assume a coordenação da Apeoesp local, tornando-a mais ativa e mais democrática.

Em 2000, Inês Paz foi eleita vereadora com expressiva votação. Organizou um mandato coletivo e solidário; popular e de luta; democrático e plural. Em 2004, mesmo com a redução do número de vereadores, foi a única vereadora do grupo de oposição que conseguiu ser reeleita.

Nos dois mandatos, fiscalizou o prefeito, legislou para o povo e colocou o mandato a serviço dos movimentos populares. Por causa disso, foi, sistematicamente, perseguida. No entanto, seus algozes não conseguiram impedir que Inês Paz completasse integralmente os seus dois mandatos.

Em 2005, saiu do PT e ajudou a fundar o PSOL.

Inês Paz se destacou na luta em defesa da terra e dos pequenos agricultores e dos moradores da Chácara dos Baianos; teve participação decisiva contra o aumento abusivo do IPTU nos anos de 2001 e 2018. Atua junto ao movimento Jundiapeba por moradia. Com As Mães Mogianas, Inês organizou a luta para averiguar os assassinatos de jovens da periferia.

Inês Paz é, reconhecidamente, uma liderança do movimento popular mogiano.

Sua atuação em defesa da Educação, da Saúde, do Transportes, do meio ambiente, das mulheres, das negras e dos negros, dos jovens, dos idosos, da população LGBTQIA+, em fim, da população de trabalhadoras e de trabalhadores, é reconhecida por toda a cidade.

Hoje, Inês é presidenta do PSOL de Mogi e Coordenadora da Apeoesp. É professora aposentada, tem 68 anos e é mãe de um filho.

compartilhe nas suas redes...


Deixe seu contato para receber informações